11 de junho de 2015

Ator Christopher Lee morre aos 93 anos

POR: Jornal O Globo

O ator britânico Christopher Lee, famoso por interpretar o Conde Drácula em diversos filmes, e também pelos papéis em "Senhor dos anéis", "Star Wars" e "007 contra o homem com a pistola de ouro", morreu aos 93 anos. Lee estava internado havia três semanas no Chelsea and Westminster Hospital por problemas respiratórios e insuficiência cardíaca.

A família do ator confirmou a notícia ao portal do jornal "Telegraph". Lee morreu no último domingo, mas Birgit Kroencke, casada com Lee desde 1961, preferiu adiar o anúncio da morte do marido por alguns dias até informar familiares próximos.

Sir Christopher Lee nasceu no dia 27 de maio de 1922, em Londres. Sua carreira começou na década de 1940, mas foi em "Vampiro da noite", de 1958, que teve início o seu estrelato. No longa, ele interpretou o Conde Drácula e contracenou com Peter Cushing, de quem se tornou um grande amigo até a morte de Cushing em 1994.

Lee voltaria a viver o papel de Drácula em diversos outros filmes, como "Drácula, o vampiro do sexo" (1963), "Drácula, o príncipe das trevas" (1966), "Drácula, o perfil do diabo" (1968) e "Drácula, pai e filho" (1976). Em uma entrevista ao "Telegraph" em 2011, ele disse que já estava cansado de ser lembrado por esses filmes: "Por favor, não me descreva como uma 'lenda do terror'. Já passei dessa fase".

Na década de 1970, se tornou um dos vilões preferidos dos fãs da franquia James Bond pelo papel de Scaramanga em "007 contra o homem com a pistola de ouro" (1974). No ano anterior, já tinha encantado por sua atuação em "O homem de palha".

Nos últimos anos, conquistou uma nova geração de fãs pelo papel de Conde Dookan em "Star wars: Episódio II - Ataque dos clones" e "Star wars: Episódio III - A vingança dos Sith" e Saruman na franquia "Senhor dos anéis".

Christopher Lee recebeu o título de cavaleiro da nobreza britânica em 2009. Dois anos depois, foi homenageado no BAFTA, espécie de Oscar do cinema britânico, quando afirmou que jamais se aposentadoria. "Eu odeio ficar ocioso. Como meu querido Boris (Karloff) costumava dizer, quando eu morrer, quero morrer com minhas botas", afirmou naquela ocasião.

28 de novembro de 2014

Assista agora ao primeiro teaser trailer de Star Wars – O Despertar da Força

Foi divulgado hoje (28/11) o primeiro teaser trailer de Star Wars – O Despertar da Força.

O trailer de pouco mais de 1min20s não revela muita coisa os destaques ficam para as presenças de X-Wings, de um sabre de luz em forma de cruz pertencente a um sith misterioso e da clássica Millenium Falcon.

Star Wars – O Despertar da Força estreia em 17 de dezembro de 2015.

29 de outubro de 2014

Resenha do Filme: Dois Dias, Uma Noite

Por Eripetson Lucena

O cinema dos irmãos Dardene sempre me ofereceu poucas opções que não fosse me emocionar diante das sucessivas e efetivas investidas de humanizar temáticas de forte cunho social. Ken Loach faz isso muito bem também, mas há algo na obra dos irmãos belgas que me pega pelo calcanhar. A estrutura dos filmes dos Dardene é tão simples, crua e direta (o que de forma alguma implica em abrir mão de uma sofisticação estilística e tão pouco de narrativa) que eles se sustentam basicamente no poder de condução dos dois maestros e nas interpretações.

Parece que, a exemplo dos filmes últimos de Malick, os outros elementos são coadjuvantes e estabelecem uma organicidade poderosa, para somar ao resultado que parece mínimo, mas que se abre em camadas outras se não tanto de subjetivação (como nos filmes do diretor americano citado), mas em uma austeridade arrebatadora. “Two Days, One Night” é tão denunciador desse modus-operandi que parece um laboratório: um drama pessoal que acena ao fortíssimo conteúdo de denuncia social, tema recorrente na obra dos cineastas, que aqui, em detalhes e figuras elegantes, diz do mal estar social por que passa os belgas médios (exemplo da sequencia em que, sem anúncios didáticos, a personagem central visita uma imigrante ilegal com um bebê nos braços, o marido no trabalho clandestino, outro filho pequeno lhe atendendo um favor e ela impossibilitada de tocar a campainha devido ao corte de energia elétrica), atuações extraordinárias e roteiro cujo esqueleto são diálogos cuja função é prioritariamente dialógica, de tão incisivo.

Esta tríade, indivisivelmente explorada na obra dos belgas, parece se mostrar neste “Two Days, One Night” com uma perfeição e precisão cirúrgica. O filme tem ares de um épico as avessas, uma típica “aventura” da contemporaneidade, onde o Hercules tem que elaborar um plano que o ponha novamente no emprego ameaçado, mas também equilibre as demandas do dia-a-dia com a saúde mental. Parece pouco até você sentir a agonia e o embate visceral do texto dos Dardene personificado na interpretação antológica de Marion Cottilard. A intensidade dramática, sempre em crescente, como um thriller, toma proporções de montanha russa, na atuação da atriz. A soberba construção da Sandra de Cotillard, desemboca em um milimetrismo não menos que hipnotizante, quando, por exemplo, ela contempla a preocupação inócua do marido diante de sua situação degradante e diz: “Eu não existo”. Poucas atrizes em atividade, diriam tal sentença, sem comprometer.

A precisão de Cotillard, seu equilíbrio entre as doses de fisicalidades , entonação e expressões faciais, elabora um conjunto impressionante que eleva o valor artístico de uma obra como esta a níveis de estratosfera. A maior atriz do mundo. Diante de tanta plausibilidade, o filme dos irmãos Dardene é um drama poderoso, conectado com as mazelas do mundo e que incrivelmente dialoga com as outras suas obras. E a gente nunca se cansa deles.

25 de setembro de 2014

Assista o trailer de Mommy, o mais recente filme de Xavier Dolan

Foi divulgado o trailer de Mommy, o novo filme de Xavier Dolan.

Na obra, que rendeu um prêmio ao cineasta no Festival de Cannes, Dolan volta a explorar o elo entre mãe e filho, tendo convidado as atrizes que tornaram famosos os seus filmes anteriores: Anne Dorval e Suzanne Clément, acompanhadas de Antoine Olivier Pilon.

Mommy é o candidato do Canadá ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

23 de setembro de 2014

Filme dos Dardenne é o candidato belga ao Oscar. Canadá escolhe Mommy de Xavier Dolan

O último trabalho da consagrada dupla de diretores, os irmãos Luc e Jean-Pierre Dardenne, foi o escolhido pelos belgas para tentar a sorte no Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira. Deux Jours, Une Nuit, tem Marion Cotillard no papel principal.

O filme narra a história de uma trabalhadora de Liége que fica de baixa. Ocorre que alguém na empresa tem a ideia de provar que ela não era realmente necessária e oferece um bônus aos demais colaboradores para trabalhar mais e comprovar isso mesmo. Assim, resta a pobre moça os dois dias e uma noite do título para convencer os seus colegas a não aceitar o bônus.

Os irmãos Dardenne são absolutos na crítica e habituais no Festival de Cannes (onde este também estreou), evento que já lhes rendeu duas Palmas de Ouro.

Já o Canadá escolheu Mommy, o mais recente filme de Xavier Dolan que deu que falar em Cannes. No filme, Dolan volta a explorar o elo entre mãe e filho, tendo para a ocasião convidado os atores que tornaram famosos os seus filmes anteriores: Anne Dorval e Suzanne Clément, acompanhadas de Antoine Olivier PilonJá o Irão selecionou Emrouz, obra de Reza Mirkarimi que passou pelo Festival de Toronto. 

Todas estas obras juntam-se assim às escolhas da Áustria (The Dark Valle, de Andreas Prochaska), Bulgária (Bulgarian Rhapsody, de Ivan Nitchev), Chile (Matar a un hombre, de Alejandro Fernández Almendras), Montenegro (The Boys from Marx and Engels Street, de Nikola Vukčević), Taiwan (Ice Poison, de Midi Z), Ucrânia (The Guide, de Oles Sanin), República Dominicana (Cristo Rey, de Leticia Tonos), Estônia (Tangerines, de Zaza Urushadze), Finlândia (Concrete Night, de Pirjo Honkasalo ), Geórgia (Corn Island, de Giorgi Ovashvili), Japão (The Light Shines Only There, de Mipo Oh), Luxemburgo (Never Die Young, de Pol Cruchten ), Holanda (Accused, de Paula van der Oest ), Noruega (1001 Grams, de Bent Hamer), Peru (El evangelio de la carne, de Eduardo Mendoza de Echave), Venezuela (Libertador, de Alberto Arvelo), Turquia (Winter Sleep, de Nuri Bilge Ceylan), Romênia (The Japanese Dog, de Tudor Cristian Jurgiu), Hungria (White God, de Kornél Mundruczó), Polônia (Ida, de Paweł Pawlikowski), Sérvia (See You in Montevideo, de Dragan Bjelogrlić), Croácia (Cowboys, de Tomislav Mršić), Nepal (Jhola, de Yadavkumar Bhattarai), Mauritânia (Timbuktu, de Abderrahmane Sissako), Alemanha (Beloved Sisters, de Dominik Graf), Afeganistão (A Few Cubic Meters of Love, de Jamshid Mahmoudi), Letônia (Rocks in My Pockets, de Signe Baumane),México (Cantinflas, de Sebastian del Amo), Hong Kong (The Golden Era, de Ann Hui), Suiça (The Circle, de Stefan Haupt), Eslovênia (Seduce Me, de Marko Šantić), Eslováquia (A Step Into the Dark, de Miloslav Luther), Coreia do Sul (Sea Fog, de Shim Sung-bo), Panamá (Invasion, de Abner Benaim), Paquistão (Dukhtar, de Afia Nathaniel), Marrocos (The Red Moon, de Hassan Benjelloun), Macedônia (To the Hilt, de Stole Popov), Lituânia (The Gambler, de Ignas Jonynas), Dinamarca (Sorrow and Joy, de Nils Malmros), República Tcheca (Fair Play, de Andrea Sedláčková), Colômbia (Mateo, de Maria Gamboa) e Portugal (E agora? Lembra-me, de Joaquim Pinto).

18 de setembro de 2014

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho é escolhido para representar o Brasil no Oscar

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, do diretor Daniel Ribeiro, foi escolhido para representar o Brasil na disputa pelo Oscar 2015. O Ministério da Cultura escolheu o longa como candidato brasileiro ao prêmio de filme estrangeiro. A última vez que um filme nacional disputou essa estatueta foi em 1999, quando Central do Brasil, de Walter Salles, foi finalista.

“Ele [o filme] tem uma linguagem universal e tira um pouco dessa coisa de ‘filme do Brasil’, que dizem. É um filme muito sensível e pode trazer muitas vitórias”, disse a ministra da Cultura, Marta Suplicy, durante o anúncio do indicado nesta quinta-feira (18) na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.

Escolhido entre 18 candidatos por uma comissão do Ministério da Cultura, Hoje Eu Quero Voltar Sozinhoserá pré-indicado à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos.

O filme conta a história de Leonardo, um garoto cego de 15 anos, interpretado por Guilherme Lobo, que procura ser independente em uma sociedade super-protetora. O jovem estudante do ensino médio se apaixona pelo amigo Gabriel (Fabio Audi), ao mesmo tempo em que desperta sentimentos pela colega Giovana.

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, vencedor do prêmio da crítica no Festival de Berlim, fez uma forte campanha nos Estados Unidos com a distribuidora Strand Releasing e entrou em cartaz em circuito comercial.

Resenha do Filme: Praia do Futuro

Por Eripetson Lucena

A autoestrada alemã no final de “Praia do Futuro” em muito pouca coisa difere da BR que arranca Hermila do Iguatu, no lindíssimo “Céu de Suely”. Karim Ainouz metaforiza a fuga de seus personagens e as consubstância nas muitas rodagens, estradas e caminhos de seus maravilhosos filmes. As fugas só se tornam geográficas por que se processaram muito antes nos foros mais particulares.

É de fato muitíssimo sintomático que um filme como este, que versa tão eficazmente sobre auto reinvenção, ressignificação, inadequações, migrações geográficas e psicológicas, seja relegado a um limbo de películas “infames” por causa de cenas de sexo. Que rasteiro e hipócrita só haver olhares pra elas, quando a maestria de Ainouz transforma os deslocamentos de dois náufragos da existência em um exercício narrativo que explicita (mais que o sexo, num grafismo absolutamente necessário ao fluir da narrativa) tanta sensibilidade e perícia.

Do título (inclusive da forma como é mostrado no inicio e depois no final da projeção), a sequencias-metáforas como a que os bombeiros se exercitam e treinam na areia da praia brasileira, que vai de um exalar da masculinidade que se dimensiona em suas fisicalidades nesta sequencia e que se coloca psicologicamente no traçar de percepções amorosas ora robustas, ora esquálidas; nesta mesma riquíssima sequencia, Donato, personagem de Wagner Moura, corre junto aos comparsas pra um mergulho no oceano, mas hesita até quase ficar paralisado pelo temor da imensidão azul, retratando talvez a importância dos passos que se seguiriam no filme, quando ele migra pra Berlin, deixando pra trás mãe e um irmão pequeno.

Outros momentos elegantes se devem, em sua construção e como estratégia de linguagem esplendida, ao fato de Ainouz se alinhar a um modo europeu de elaborar suas elipses: já que os planos sequencia são econômicos com diálogos, a opção do diretor sempre é o corte abrupto rumo a um quadro que, ao invés de explicado, é entregue em crueza e assombro. Quem procura um romance pueril, vai se deparar com um filme adulto e muito pouco comprometido em emocionar. Isso, no entanto conta a favor do filme. A música belíssima (muito bem utilizada, que não serve aqui como elemento de condescendência), a história tripartida de forma muito mais elicitativa que explicativa (o filme é dividido em tres capítulos), a reinserção do personagem do irmão mais novo de Donato (vivido por Jesuita Barbosa) que introduz uma problematização para além do universo particular do casal envolvido são atributos de uma atomicidade emocional considerável, mas nunca permitidos pelo roteiro amarradinho a resvalar para a caricatura ou o pieguismo.

“Praia do Futuro” é um material de transcendência. O microcosmo das relações afetivas, aqui um casal homossexual, é exposta e transposta ao passo que a naturalidade com que o tema é tratado é um claro sinal de respeito e de maturidade cinematográfica e que faz a tarja colocada por cinemas brasileiros “avisando” os expectadores que o filme continha cenas de sexo gay soar inacreditavelmente conservadora. E burra.

A verdade é que poucos diretores brasileiros são tão peritos e ao mesmo tempo sensíveis como Karim Ainouz. Ele construiu para si uma filmografia solida que se inicia com o impressionante “Madame Satã”, uma verdadeira aula de cinema em qualquer idioma, consolida-se em “Céu de Suely” um dos filmes brasileiros mais importantes da década passada, e agiganta-se a cargo deste fantástico “Praia do Futuro”. Um filme que destila uma arquitetura magnifica e coloca o cinema nacional, a exemplo do que tem feito o notável novo cinema pernambucano, em evidência no circuito de cinema de arte e de autor.

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